O Brasil precisa de um Ministério Público fiscal, probo, desburocratizado e inserido num Sistema de Justiça Criminal ágil, integrado e coativo, próximo das questões de ordem pública e envolvido dentro das corregedorias na defesa e execução das leis e na consolidação da supremacia do interesse público, contra a corrupção, imoralidades, improbidades, criminalidade e violência que afrontam a confiança nos Poderes, o erário, a vida, a educação, a saúde, o patrimônio e o bem-estar do povo brasileiro.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

CASO DANIEL: TESE DE CRIME POLÍTICO

FOLHA.COM, 12/12/2012

Tese de crime político ganha força em Santo André, diz promotor

DE SÃO PAULO

O depoimento do empresário Marcos Valério à Procuradoria-Geral da República reforça a tese de que o assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT), em 2002, teve motivação política, disse ontem o promotor de Justiça Marcio Augusto Friggi de Carvalho.

O promotor ressalvou, porém, que é necessário aguardar os desdobramentos do caso na Procuradoria-Geral da República antes de se chegar a alguma nova conclusão.

Conforme revelou ontem "O Estado de S. Paulo", Valério declarou que o PT teria pedido a ele R$ 6 milhões para que o empresário Ronan Maria Pinto, de Santo André, deixasse de chantagear o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e o ex-ministro José Dirceu, da Casa Civil.

A suposta chantagem estaria ligada ao assassinato do então prefeito de Santo André.

O Ministério Público sustenta que o prefeito foi morto a mando do empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, porque teria descoberto que ele estava desviando dinheiro da prefeitura em proveito próprio.

O dinheiro seria parte de propinas que estariam sendo cobradas pela prefeitura para bancar campanhas eleitorais do PT em 2002.

A Polícia Civil de São Paulo, entretanto, diz que se tratou de crime comum.

Celso Daniel foi morto após ser sequestrado em São Paulo, na companhia de Sombra. Depois, foi encontrado morto e com sinais de tortura.

"Não se pode concluir nada, mas causa perplexidade que um crime como esse, com esses desdobramentos todos, seja crime comum", disse.

Marcos Valério disse ainda que o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, teria contratado um empréstimo bancário para auxiliar o ex-presidente.

A suposta chantagem teria sido relatada a Valério por Silvio Pereira, que foi secretário-geral do PT. Pereira não atendeu ao telefone ontem, mas já havia negado a versão.

A Folha deixou recados no escritório em São Paulo do advogado de Bumlai, Mário Sérgio Duarte Garcia, mas ele não telefonou de volta.

Em nota, Maria Pinto disse que "conforme já declarou em oportunidade anterior, jamais se encontrou em qualquer circunstância com o sr. Marcos Valério, a quem não conhece pessoalmente ""só pelo noticiário". Também afirmou que não conhece Bumlai, "de quem nunca sequer tinha ouvido falar".

"Diante desses fatos, a falsidade das declarações atribuídas ao sr. Marcos Valério fica patente. Trata-se da mesma velha falácia com que buscam envolver seu nome em assuntos com os quais nada tenho a ver", diz ele.

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